domingo, 25 de outubro de 2009

DESCALABRO POLÍTICO



Esta política brasileira me aborrece. Não suporto mais o noticiário de tantas falcatruas e escândalos intermináveis. O político brasileiro virou sinônimo de roubalheira, de corrupção, de atos criminosos. A classe política, tão importante para a democracia enquanto instituição administrativa do poder social, está cada vez mais desacreditada pelo cidadão comum. Ninguém acredita mais nos discursos enganadores. E não importa o nível de escolaridade e classe social, desde os iletrados e miseráveis aos doutores e milionários, o desalento é geral.

Isso acaba introduzindo o voto de interesse pessoal: “Já que os políticos vão sempre roubar dos cofres públicos, votarei em um que pelo menos consiga uma bonificação para mim”, diz o eleitor descrente. Por isso temos essa divisão político-partidária, entre esquerda e direita, ou melhor, entre oposição e situação. Cada um defende seus próprios interesses em detrimento ao da sociedade e querem a todo custo tomar de assalto o poder. E nessa briga pelo poder, a ingovernabilidade avança, trazendo atrás de si os “mensalões”, os “sanguessugas” do erário, a impunidade parlamentar e corporativista, os “aloprados” quadrilheiros de organizações criminosas, a violência desenfreada, a defasagem na saúde publica, na educação, na infra-estrutura que é via de acesso ao crescimento econômico, e, por conseguinte, a injustiça e ao genocídio de milhões de pessoas que morrem por descaso das autoridades.

Somos uma nação de deserdados! O nosso país emperra o crescimento sócio-político-econômico-cultural com os esconsos e abissais caminhos da “burrocracia”: que atrela a si, toda boa vontade política, todo desejo de sanidade social, toda luta por justiça, por um país melhor, menos desigual e inseguro, com progressiva eliminação das mazelas de plantão, da ignorância coletiva, do estado de torpor moral, da ineficiência educativa e da estultice e falácia oportunista da mídia em geral. Parece, a observar o momento político, que não somos o país do futuro, nem tampouco do passado...


James Wilker. Escrito em 2006/2007.

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